quarta-feira, 20 de abril de 2016

Verdes no leite de coco: caxi, maxixe, quiabo, chuchu


Os ingredientes são estes que você vê na foto. A inspiração é a receita de maxixada registrada no livro de Ana Rita Dantas Suassuna (Gastronomia Sertaneja). Outro dia marcamos um encontro aqui em casa com amigas jornalistas de comida e Ana. Foi só uma farra informal. Cada uma trouxe algo de beber e/ou de beber e, pronto, passamos horas bem agradáveis até de madrugada.

Ana Rita trouxe maracujá e mel para fazermos cachimbo - assunto para outro post -, salada de cuscuz e maxixe já cozido no tempero para terminar de preparar aqui, adicionando leite de coco, que ela trouxe de garrafinha. A maxixada fez tanto sucesso que no outro dia já estávamos todas nós querendo repetir. Tem tudo lá no livro dela.  Janaína fez com quiabos e eu, com caxi. Claro, o maxixe é delicioso com aquelas sementes estourando entre os dentes e sabor algo salgado e pepinoso. Mas não tínhamos maxixe e percebemos que a técnica vale para uma porção de legumes, especialmente os verdes que ficam bem marcados boiando no mar leitoso de coco. Repeti algumas vezes o prato, mas este que apresento, em que incorporei o que tinha de verde na geladeira,  incluindo agora o maxixe, foi o de que mais gostei depois da maxixada.  Então, aqui vai a receita, mas você pode improvisar também, mudar, inovar, para, finalmente voltar à essencial maxixada.

Verdes no leite de coco: caxi, maxixe, quiabo e chuchu 

Numa frigideira ou panela, coloque uma cebola roxa fatiada (guarde umas rodelas para o final), 2 dentes de alho picado,  um punhado de folhas de coentro picado (deixe umas folhas inteiras para o final), pimenta cambuci a gosto picada e um pouco de óleo. Refogue em fogo médio sem deixar corar. Só para murchar. Acrescente  caxi,  chuchu (usei mini-chuchus) e  maxixe, todos picados e refogue rapidamente.  Tempere com sal, misture e junte água quente que os cubra. Deixe cozinhar em panela aberta em fogo baixo até a água secar um pouco e os legumes ficarem cozidos. Junte alguns quiabos e pimenta verde ardida picada.  Deixe cozinhar por cerca de 3 minutos ou até o quiabo ficar macio, mas ainda bem verde. Junte leite de coco (que fiz com coco fresco batido com água morna e espremido no pano) e umas gotas de limão. Confira o sal e corrija, se achar necessário. Desligue o fogo assim que ferver e junte a cebola roxa e o coentro reservados. Sirva com arroz ou cuscuz de milho e nhac!


7 comentários:

Maria Teresa Valente disse...

Olá, Neide, te acompanho e admiro o trabalho maravilhoso que desenvolve.
Agradeço pela partilha e informo que indiquei seu blog ao "Prêmio Dardos"
http://www.teceramor.com/2016/04/premio-dardos.html.
Feliz final de semana, abraços carinhosos
Maria Teresa

Carla Soares disse...

Neide, o mais gostoso do seu post foi poder saber que divido contigo os sabores da estação. É uma coisa boba, mas ao mesmo tempo tão rara nesses tempos de uniformidade alimentar... E até 2 ano atrás isso não era tão simples de ser feito por mim. Em parte porque eu morava em uma capital, em parte porque eu não estava tão conectada com todos esses ciclos. Enfim, são exatamente estes os legumes que estão disponíveis também aqui no sudoeste de Paraná - claro, junto com os agricultores familiares; nos supermercados continua tudo igual. Estão todos eles ali na minha sacola da feira desta semana, sem tirar nem por. Ler seu post me fez sentir conectada com o tempo, contigo, com quem planta. E o mais bonito, ao menos pra mim, é que também essa receita tem um certo clima de despedida, já que o o clima deve virar por essas bandas nesta semana, trazendo outros aromas. É um pouco melancólico, mas ao mesmo tempo também traz expectativas. Já começam a aparecer os primeiros pacotes de pinhão, ainda um pouco com as pontinhas verdes. Pois que comece a temporada das experiências culinárias com o pinhão!

E essa sucessão dos ciclos não é mesmo uma delícia?
Abraço!

Carla Soares disse...

eide, o mais gostoso do seu post foi poder saber que divido contigo os sabores da estação. É uma coisa boba, mas ao mesmo tempo tão rara nesses tempos de uniformidade alimentar... E até 2 ano atrás isso não era tão simples de ser feito por mim. Em parte porque eu morava em uma capital, em parte porque eu não estava tão conectada com todos esses ciclos. Enfim, são exatamente estes os legumes que estão disponíveis também aqui no sudoeste de Paraná - claro, junto com os agricultores familiares; nos supermercados continua tudo igual. Estão todos eles ali na minha sacola da feira desta semana, sem tirar nem por. Ler seu post me fez sentir conectada com o tempo, contigo, com quem planta. E o mais bonito, ao menos pra mim, é que também essa receita tem um certo clima de despedida, já que o o clima deve virar por essas bandas nesta semana, trazendo outros aromas. É um pouco melancólico, mas ao mesmo tempo também traz expectativas. Já começam a aparecer os primeiros pacotes de pinhão, ainda um pouco com as pontinhas verdes. Pois que comece a temporada das experiências culinárias com o pinhão!

E essa sucessão dos ciclos não é mesmo uma delícia?
Abraço!

Anônimo disse...

Creio que ficou faltando a quantidade de maxixe. Não dá pra botar a gosto porque o resultado não será o mesmo da receita. Sem contar que pode ficar aguado, sem gosto. Neide, dá para sugerir a quantidade de maxixes para a receita de maxixada? Obrigada, bjs pelo ótimo trabalho.

Gizele disse...

Fiz a receita com chuchu e maxixe, na falta de pimenta verde usei a dedo de moça e na falta de coentro usei o manjericão que tenho plantado no quintal. Ficou uma delicia!!
Beijos

Neide Rigo disse...

Obrigada, Maria Tereza!

Carla, é lindo viver a vida conforme seus ciclos,não?

Anônimo, eu nem me lembro. Aliás, viu que não dei quantidade de nada e não só do maxixe? É com o que tiver. Aos poucos, vai construindo a receita do jeito que mais gosta.

Gizele, fico feliz de saber que se virou bem com o que tinha. A ideia é esta.

Um abraço,n

IVA PASSOS disse...

que lindo! parabens!